sábado, 4 de dezembro de 2010
Vampiros emocionais
Vampiros emocionais
Psicólogo americano ensina a lidar comos vários tipos que sugam sua energia
no amor e no trabalho
Maurício Oliveira
Desde que o lendário conde Drácula ganhou vida na literatura e no cinema, reconhecer e identificar um vampiro passou a ser um esporte estimulante e divertido, já que sua pálida figura de dentes caninos salientes não se reflete em espelhos nem se deixa flagrar durante o dia. O psicólogo americano Albert Bernstein se esforçou para dar sua contribuição, e o resultado pode ser conferido a partir desta semana, com o lançamento do livro Vampiros Emocionais pela editora Campus, tradução da obra lançada no final do ano passado nos EUA. Consultor de empresas, ele se especializou em dar conselhos sobre como lidar com pessoas difíceis. Esse mesmo tema transformou dois de seus livros anteriores – Dinosaur Brains (Cérebros de Dinossauro, 1989) e Neanderthals at Work (Neandertais no Trabalho, 1992) – em best-sellers do segmento de auto-ajuda nos Estados Unidos. Agora, ele rastreia a presença de morcegos em forma de gente na vida da sociedade atual, particularmente nas relações amorosas e corporativas, trazendo diretrizes bem-humoradas para você sair ileso do convívio com pessoas que, segundo o psicólogo, possuem sérios distúrbios de personalidade.
De dia ou de noite, o mundo continua a ter uma boa cota de habitantes mesquinhos, invejosos ou inescrupulosos, no lar, no bar, no clube ou no escritório. Bernstein descreve com detalhes os cinco tipos mais comuns de vampiro, alertando para suas características específicas e sugerindo estratégias de convivência segura. Um deles é o vampiro inconstante, aquele que não assume compromisso com ninguém e com nada, namora todo mundo e vive trocando de emprego. O narcisista se acha o máximo, obviamente, e adora pisar nas pessoas. Outros tipos são o teatral, o obsessivo e o paranóico, numa adaptação livre dos termos empregados pelo autor (confira no quadro). Assim como os vampiros do cinema recuam diante de crucifixos, alho ou água benta, os vampiros emocionais sentem-se ameaçados por experiências comuns, como o tédio, a incerteza e a responsabilidade, Bernstein define. Todo mundo tem um pouco de vampiro, mas o problema começa quando vários atributos comprometedores se concentram numa mesma pessoa. O autor criou testes para ajudar o leitor a descobrir se está convivendo com criaturas das trevas. Há pessoas que se enquadram de imediato num dos tipos descritos. Outras são híbridas – misturam atributos de duas ou mais espécies. Um alerta decisivo é que não adianta tentar mudar o jeito de ser dos dráculas, porque eles possuem traços psicológicos muito arraigados. O máximo que se consegue é domesticá-los. E, ainda assim, convém manter aberto um dos olhos durante a noite. A única forma de torná-los inofensivos é sintonizar as próprias necessidades com as deles. Nesse caso, podem até se transformar em trabalhadores exemplares e companheiros amorosos. Mas a vigilância precisa ser constante. Basta que as necessidades entrem em ligeiro conflito para que tudo mude.
Uma característica freqüente entre os vampiros emocionais é o poder de sedução. Nos primeiros contatos, sempre parecem mais interessantes que as pessoas comuns. São bons de papo e gentis, mas, quando se sentem impelidos a saciar a sede por sangue, são capazes de avançar no pescoço da própria mãe e de quem mais estiver por perto. A descrição de Bernstein vale tanto para o colega de trabalho que se acha o sujeito mais inteligente do mundo quanto para aquela vizinha que sorrateiramente vigia cada um de seus passos. Como as crianças de colo, os vampiros imaginam que os outros existem apenas para suprir as suas necessidades. Parecem adultos por fora, mas continuam bebês por dentro. "As estratégias mais bem-sucedidas no trato com os vampiros emocionais são precisamente as mesmas a que você recorreria com uma criança de 2 anos para definir limites", ensina Bernstein. Com a diferença de que os bebês não têm caninos afiados para enterrar em sua jugular.
Mabrouk
Doha faz a festa na noite da Copa
Assim que o presidente da Fifa, Joseph Blatter, anunciou o Catar como sede do mundial de 2022, uma imensa carreata se formou nas ruas da capital. 'Mabrouk' (parabéns) era a palavra mais falada.
Alexandre Rocha, enviado especial alexandre.rocha@anba.com.br Doha – Era por volta de 19 horas em Doha e o presidente da Fifa, Joseph Blatter, já havia anunciado a Rússia como sede da Copa do Mundo de 2018. A reportagem da ANBA seguia de táxi do shopping City Center, o mais popular da cidade, em direção ao Souq Waqif, mercado repleto de lojas e restaurantes e ponto de encontro de turistas e locais, quando começou um buzinaço e uma imensa carreata se formou praticamente do nada: o Catar tinha sido escolhido para receber o mundial de futebol de 2022.
Enormes utilitários esportivos, um dos meios de transporte preferidos no país, tomaram as ruas pilotados por jovens, com mais jovens sentados nas janelas, nas capotas dos carros e nas caçambas das caminhonetes, quase sempre falando ao celular. Em um país movido a combustíveis fósseis, as manifestações populares, especialmente as esportivas, são motorizadas.
No souq, cheio de gente, foi armado um grande telão para a população assistir à cerimônia de anúncio das sedes dos mundiais que vão ocorrer após a Copa do Brasil, em 2014. Tudo – o evento da Fifa e a concentração na praça – transmitido ao vivo pela rede de TV catariana Aljazeera.
Em meio aos nativos e estrangeiros – a maior parte da população do Catar é formada por trabalhadores expatriados -, não demorou muito para que as vuvuzelas começassem a soar, no melhor estilo do mundial da África do Sul, realizado este ano. Nas vielas do souq, homens, mulheres e crianças portavam bandeiras, echarpes e camisetas em roxo e branco, as cores da bandeira do país.
"Mabrouk”, que quer dizer “parabéns” em árabe, era a palavra mais ouvida. “Parabéns para o Catar”, disse Ibrahim, um senhor de idade que comemorava junto à multidão. “A felicidade é minha e de toda a cidade”, ressaltou, acrescentando que já esperava que seu país fosse escolhido para receber a Copa de 2022.
O emir Hamad Bin Khalifa Al Tani, que estava na cerimônia da Fifa, não poupou esforços financeiros e políticos para trazer ao seu país o mais popular evento esportivo do mundo.
O governo catariano prometeu construir estádios suntuosos cujas formas remetem a símbolos tradicionais da região, como a ostra, para lembrar a pesca de pérolas, e o “dhow”, embarcação de madeira até hoje muito usada no Golfo. Até ar-condicionado as arenas vão ter, para aliviar o calor escaldante que faz no Catar no verão.
Foi feita extensa campanha de marketing. Doha está cheia de imensos outdoors sobre a candidatura. Camisetas, bonés, faixas e toda a parafernália promocional está à venda ao redor da cidade. Bandeiras do país e anúncios da participação nacional na disputa pelo mundial estão espalhadas pelas ruas.
Não chega a ser o clima que ocorre no Brasil em época de Copa, afinal a cultura catariana é bem mais contida e conservadora, mas uma coisa os dois países têm em comum: a paixão pelo futebol.
“[A Copa] vai ser pela primeira vez no Oriente Médio!”, exclamou o jovem Ibrahim Al Mansouri, que assistia à manifestação no souq. “Até agora não caiu a ficha, vai levar algumas semanas para eu me acostumar com a ideia”, afirmou ele, em árabe. A reportagem teve o auxílio do tradutor da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, Saleh Hassan, para fazer parte das entrevistas.
“Hoje ninguém dorme”, ressaltou Mansouri. De fato, o engarrafamento formado ao longo das largas avenidas de Doha entrou noite adentro. A Al Corniche, a avenida beira-mar, estava intransitável.
O rapaz não quis arriscar quem ele acha que pode vencer a Copa de 2022, mas disse que, com certeza, a Seleção do Catar vai estar mais bem preparada do que hoje. “Inshaallah (se Deus quiser)”, concluiu.
Já o policial Omar disse que estava muito feliz com a escolha de seu país e que tinha “80% de esperança” na vitória. Sobre quem será o favorito para vencer o mundial do Catar, ele foi enfático: “O Brasil”.
Esporte da terra
Fora da festa havia também certa indiferença. Os vendedores do souq tocavam seus negócios, afinal quinta-feira é véspera de final de semana no Catar e, mesmo sem a Copa, o local fica cheio.
O jovem Taleb estava mais interessado em outro tipo de esporte. Ele visitava uma loja de falcoaria, que vende animais e equipamentos para o adestramento de falcões, prática popular no Golfo.
Taleb contou que o falcão mais caro do ano foi vendido por 250 mil riais, algo como R$ 125 mil. Mas esta era uma ave local e, segundo ele, o preço varia muito dependendo do animal e da origem. Pode custar, afirmou, de 25 mil a 50 mil riais, por exemplo. Mas, questionado se estava feliz pela escolha do Catar como sede da Copa, o rapaz logo exclamou: “Claro!”
Enormes utilitários esportivos, um dos meios de transporte preferidos no país, tomaram as ruas pilotados por jovens, com mais jovens sentados nas janelas, nas capotas dos carros e nas caçambas das caminhonetes, quase sempre falando ao celular. Em um país movido a combustíveis fósseis, as manifestações populares, especialmente as esportivas, são motorizadas.
No souq, cheio de gente, foi armado um grande telão para a população assistir à cerimônia de anúncio das sedes dos mundiais que vão ocorrer após a Copa do Brasil, em 2014. Tudo – o evento da Fifa e a concentração na praça – transmitido ao vivo pela rede de TV catariana Aljazeera.
Em meio aos nativos e estrangeiros – a maior parte da população do Catar é formada por trabalhadores expatriados -, não demorou muito para que as vuvuzelas começassem a soar, no melhor estilo do mundial da África do Sul, realizado este ano. Nas vielas do souq, homens, mulheres e crianças portavam bandeiras, echarpes e camisetas em roxo e branco, as cores da bandeira do país.
"Mabrouk”, que quer dizer “parabéns” em árabe, era a palavra mais ouvida. “Parabéns para o Catar”, disse Ibrahim, um senhor de idade que comemorava junto à multidão. “A felicidade é minha e de toda a cidade”, ressaltou, acrescentando que já esperava que seu país fosse escolhido para receber a Copa de 2022.
O emir Hamad Bin Khalifa Al Tani, que estava na cerimônia da Fifa, não poupou esforços financeiros e políticos para trazer ao seu país o mais popular evento esportivo do mundo.
O governo catariano prometeu construir estádios suntuosos cujas formas remetem a símbolos tradicionais da região, como a ostra, para lembrar a pesca de pérolas, e o “dhow”, embarcação de madeira até hoje muito usada no Golfo. Até ar-condicionado as arenas vão ter, para aliviar o calor escaldante que faz no Catar no verão.
Foi feita extensa campanha de marketing. Doha está cheia de imensos outdoors sobre a candidatura. Camisetas, bonés, faixas e toda a parafernália promocional está à venda ao redor da cidade. Bandeiras do país e anúncios da participação nacional na disputa pelo mundial estão espalhadas pelas ruas.
Não chega a ser o clima que ocorre no Brasil em época de Copa, afinal a cultura catariana é bem mais contida e conservadora, mas uma coisa os dois países têm em comum: a paixão pelo futebol.
“[A Copa] vai ser pela primeira vez no Oriente Médio!”, exclamou o jovem Ibrahim Al Mansouri, que assistia à manifestação no souq. “Até agora não caiu a ficha, vai levar algumas semanas para eu me acostumar com a ideia”, afirmou ele, em árabe. A reportagem teve o auxílio do tradutor da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, Saleh Hassan, para fazer parte das entrevistas.
“Hoje ninguém dorme”, ressaltou Mansouri. De fato, o engarrafamento formado ao longo das largas avenidas de Doha entrou noite adentro. A Al Corniche, a avenida beira-mar, estava intransitável.
O rapaz não quis arriscar quem ele acha que pode vencer a Copa de 2022, mas disse que, com certeza, a Seleção do Catar vai estar mais bem preparada do que hoje. “Inshaallah (se Deus quiser)”, concluiu.
Já o policial Omar disse que estava muito feliz com a escolha de seu país e que tinha “80% de esperança” na vitória. Sobre quem será o favorito para vencer o mundial do Catar, ele foi enfático: “O Brasil”.
Esporte da terra
Fora da festa havia também certa indiferença. Os vendedores do souq tocavam seus negócios, afinal quinta-feira é véspera de final de semana no Catar e, mesmo sem a Copa, o local fica cheio.
O jovem Taleb estava mais interessado em outro tipo de esporte. Ele visitava uma loja de falcoaria, que vende animais e equipamentos para o adestramento de falcões, prática popular no Golfo.
Taleb contou que o falcão mais caro do ano foi vendido por 250 mil riais, algo como R$ 125 mil. Mas esta era uma ave local e, segundo ele, o preço varia muito dependendo do animal e da origem. Pode custar, afirmou, de 25 mil a 50 mil riais, por exemplo. Mas, questionado se estava feliz pela escolha do Catar como sede da Copa, o rapaz logo exclamou: “Claro!”
Tripoli
Empresa líbia quer importar commodities
Representantes da Joint Stocks National Company, de Trípoli, estão em São Paulo em busca de exportadores brasileiros de trigo, milho e soja. Os interessados podem encontrá-los na Câmara Árabe.
Marina Sarruf marina.sarruf@anba.com.br São Paulo – Representantes da empresa Joint Stocks National Company, da Líbia, estão em São Paulo em busca de exportadores brasileiros de trigo, soja e milho. As companhias interessadas em vender para Líbia podem participar de um encontro de negócios nesta sexta-feira (03) na sede da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, em São Paulo, às 14h.
A empresa líbia ainda não importa do Brasil e tem interesse em comprar direto das fabricantes brasileiras. De acordo com o gerente de qualidade da Joint Stocks Company, Abdula Jalil Mohamed, a companhia importa principalmente de países europeus e da Argentina. "Compramos do Brasil indiretamente", afirmou o gerente.
Segundo ele, a empresa tem 21 fábricas espalhadas pela Líbia para produção de farinha, ração animal, macarrão, cuscuz e semolina. Por ano, a Joint Stocks Company importa 350 mil toneladas de trigo macio, 150 mil toneladas de milho e 50 mil toneladas de grão de soja moído.
Para produção de farinha e semolina, a companhia tem capacidade para produzir mais de mil toneladas por dia. Para produção de ração, a companhia conta com sete plantas industriais e três para produção de macarrão. A Joint Stocks Company não exporta e emprega cerca de 2 mil funcionários.
Essa é a primeira vez que representantes da companhia líbia vêm ao Brasil em busca de fornecedores. Os empresários estão em São Paulo acompanhados do embaixador da Líbia em Brasília, Salem Ezubedi.
No ano passado, o Brasil exportou US$ 4,45 milhões em milho para Líbia, o que apresentou um aumento de 41% em relação a 2008. Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, o país não embarcou trigo nem soja para a Líbia no ano passado.
O país árabe importou no total US$237,7 milhões em trigo, US$ 110,2 milhões em milho e US$ 106 milhões em soja em 2008, segundo dados da International Trade Centre (Intracen).
Contato
Câmara Árabe
Hans Lima
Tel. (11) 3147-4067
Email: Hans@ccab.org.br
A empresa líbia ainda não importa do Brasil e tem interesse em comprar direto das fabricantes brasileiras. De acordo com o gerente de qualidade da Joint Stocks Company, Abdula Jalil Mohamed, a companhia importa principalmente de países europeus e da Argentina. "Compramos do Brasil indiretamente", afirmou o gerente.
Segundo ele, a empresa tem 21 fábricas espalhadas pela Líbia para produção de farinha, ração animal, macarrão, cuscuz e semolina. Por ano, a Joint Stocks Company importa 350 mil toneladas de trigo macio, 150 mil toneladas de milho e 50 mil toneladas de grão de soja moído.
Para produção de farinha e semolina, a companhia tem capacidade para produzir mais de mil toneladas por dia. Para produção de ração, a companhia conta com sete plantas industriais e três para produção de macarrão. A Joint Stocks Company não exporta e emprega cerca de 2 mil funcionários.
Essa é a primeira vez que representantes da companhia líbia vêm ao Brasil em busca de fornecedores. Os empresários estão em São Paulo acompanhados do embaixador da Líbia em Brasília, Salem Ezubedi.
No ano passado, o Brasil exportou US$ 4,45 milhões em milho para Líbia, o que apresentou um aumento de 41% em relação a 2008. Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, o país não embarcou trigo nem soja para a Líbia no ano passado.
O país árabe importou no total US$237,7 milhões em trigo, US$ 110,2 milhões em milho e US$ 106 milhões em soja em 2008, segundo dados da International Trade Centre (Intracen).
Contato
Câmara Árabe
Hans Lima
Tel. (11) 3147-4067
Email: Hans@ccab.org.br
Assinar:
Postagens (Atom)