quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Japão

Coleta de Lixo ( Gomi no shuushuu )

No Japão, a coleta de lixo é um serviço público gratuito. Este serviço pode variar de acordo como a área, mas geralmente o lixo é recolhido nos dias fixos da semana. Os lixos são separados em dois tipos: Futsuu gomi ou moeru gomi, que é lixo comum ou lixo combustível como resíduos da cozinha, papéis, etc. Quase sempre são recolhidos duas vezes por semana. Bunbetsu gomi oumoenai gomi, que é lixo não combustível, como plástico, vidro, metal. São recolhidos uma vez por semana.Há ainda sodai gomi ou lixo volumoso, como móveis, aparelhos eletrônicos, etc. este tipo de lixo volumoso, como móveis, aparelhos eletrônicos, etc. Este tipo de lixo deve conservar-se em casa, pois o lixo volumoso somente será recolhido, marcando a data com a companhia de limpeza, e você deverá pagar uma taxa pela coleta. Procure separar bem os tipos de lixo, e respeite os dias de coleta de seu bairro. Aprenda a identificar os kanji dos dias da semana para saber quando depositar o lixo no dia e no local marcados.

Atenção
1- O lixo deve ser jogando no local e dia determinados.
2- Não jogar o lixo além dos dias determinados.
3- Não misturar os lixos inflamáveis com os não inflamáveis.
4- O lixo deve ser armazenado em sacos plásticos ou em caixotes, devidamente vedados, para que cães e gatos não os violem. 

(Enquanto aqui o povo joga lixo nos rios ¬¬)

Furoshiki

Apenas um lenço e um nó

Isto basta para fazer um furoshiki, tradição secular japonesa

18 de dezembro de 2010 | 16h 00
Marcelo Lima
Um lenço quadrado de seda. A princípio, nada mais do que isso. Mas é o que basta para que mãos conhecedoras do furoshiki façam dele um embrulho para lá de especial. Do mais sofisticado ao mais banal dos objetos, qualquer volume uma vez envolto nele vai parecer conter algo realmente valioso.
Eis, em linhas gerais, a definição da mais tradicional das técnicas japonesas de embalar. Mas o furoshiki é bem mais do que um mero pacote. Ele pode ser usado para carregar objetos e também como bolsa. "O que diferencia o furoshiki de um embrulho convencional é basicamente a forma como damos o nó", sintetizou Etsuko Yamada, uma das maiores autoridades no assunto no Japão, em recente visita ao Brasil.
Expressão de reverência, como quase tudo o que faz parte da cultura nipônica, a tradição do furoshiki, segundo Etsuko, se reveste hoje de um significado maior, uma vez que um mesmo pedaço de tecido pode virar embrulho de presente e depois ser reutilizado de diferentes formas. "Acredito que, para se manter viva, a técnica deve estar incorporada ao cotidiano das pessoas. Nesse sentido, a sustentabilidade pode ser a chave para fazer dela algo tão útil quanto era no passado", diz.
Autora de livros sobre o tema e membro do Mottainai Furoshiki - campanha que promove o reúso, a reciclagem e a redução de matérias-primas, criada pela ex-ministra do Meio Ambiente do Japão, Yuriko Koike -, Etsuko vê com bons olhos o atual interesse despertado em designers de todo o mundo pela tradicional técnica dos nós.
Considerado hoje uma alternativa viável de substituição de sacos e sacolas plásticas, de redução de poluentes e de acúmulo de lixo urbano, o furoshiki surgiu no Japão por volta de 700 d.C., no período conhecido como Era Nara. No início do século passado, com o aumento da oferta de produtos têxteis, atingiu seu auge, tendo evoluído de um simples recurso de transporte para uma forma mais refinada, quase ritual, de se embrulhar um presente.
Risco de extinção. Depois da 2ª Guerra Mundial, porém, seu uso foi sendo reduzido, a ponto de chegar quase à extinção durante a década de 70, ironicamnete por causa da difusão do uso das sacolas plásticas, o mesmo produto que ele se propõe agora a substituir. "Fico alegre ao ver que os jovens não param de encontrar novos usos para o furoshiki, seja como porta-objetos, acessório, sacola e bolsa. Eles estão pondo a criatividade para funcionar e, desta forma, ajudando a preservar o planeta", afirma a especialista.
Formada em design têxtil e apaixonada pela técnica dos nós, Etsuko Yamada roda o mundo realizando palestras e workshops sobre o assunto - em novembro, ela esteve por aqui a convite da Fundação Brasil-Japão. Em Tóquio, ela dirige a Musu-Bi (literalmente, beleza do nó), loja inteiramente dedicada ao furoshiki. Além de comercializar os lenços - são mais de 500 tipos em estoque à disposição dos clientes -, o espaço funciona como um centro de pesquisas voltado para a preservação da secular arte.
Consta que a tradição de se atar lenços para produzir embalagens chegou ao Brasil com os primeiros imigrantes japoneses, há pouco mais de 100 anos. Imune ao tempo, no entanto, o interesse pela técnica continua bastante vivo no País, principalmente entre os descendentes mais jovens.
Curiosidade. Percorrendo São Paulo, Rio e Maringá, no Paraná, cidades onde é grande a colônia japonesa, Etsuko se surpreendeu com a quantidade de lares que, de alguma forma, procuram preservar a técnica. "Isso ajudou a despertar a curiosidade da nova geração, que acompanhou com bastante interesse minhas palestras", disse.
Polidez, dignidade e respeito. Estes são, segundo Etsuko Yamada, os valores expressos por um presente envolto em um furoshiki. Razões mais do que suficientes para se abandonar papel e fitas neste Natal e, da posse desta edição do Casa, se arriscar na arte japonesa de se produzir embalagens. Sem dúvida, o presenteado - e o planeta - vão gostar da ideia.

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quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Fluorecentes

orreto

Brasil tem poucas empresas capacitadas para fazer a reciclagem adequada das fluorescentes

29 de dezembro de 2010 | 0h 00
Andrea Vialli - O Estado de S.Paulo
O que fazer com as lâmpadas fluorescentes após a vida útil? Das mais de 200 milhões de unidades que são consumidas anualmente no Brasil, apenas cerca de 6%, ou 12 milhões, recebem destinação correta - o que inclui a retirada do mercúrio e a reciclagem de seus componentes, como vidro e alumínio.
Atualmente, a falta de uma estrutura de coleta para que o consumidor leve suas lâmpadas e o pequeno número de empresas capacitadas para realizar a destinação correta do material são os grandes desafios. Em todo o País, não existe mais que uma dezena de empresas licenciadas para reciclar o material.
"A demanda existe, mas há poucas empresas que se dedicam a essa atividade porque é baixo o valor de mercado para os resíduos do processo de descarte de lâmpadas fluorescentes. E isso inibe as empresas", afirma Plínio Di Masi, diretor-geral da Naturalis Brasil, recicladora de lâmpadas de Itupeva (SP).
A Naturalis Brasil atende companhias que, por força da legislação ou de programas de gestão ambiental, como a certificação da ISO 14001, são obrigadas a dar destinação correta às lâmpadas. São cerca de 50 clientes, entre hospitais, escolas e indústrias. Mas também recebe lâmpadas de consumidores e condomínios que não sabem o que fazer com o resíduo.
Segundo outro reciclador, a Tramppo, em Cotia (SP), que tem cerca de 400 clientes, entre eles o Metrô de São Paulo, a demanda pelo serviço de descontaminação e reciclagem de lâmpadas vem crescendo fortemente nos últimos anos. "Nossos clientes, em sua maioria, são empresas que possuem programas de gestão ambiental e precisam dar destino correto a esse tipo de resíduo", diz Carlos Alberto Patchelli, diretor da Tramppo.
A empresa nasceu na incubadora de negócios da Universidade de São Paulo (Cietec/USP), vislumbrando o mercado potencial de reciclagem de lâmpadas. A tecnologia empregada permite, por exemplo, que o pó fosfórico, subproduto do processo de reciclagem, seja reaproveitado na indústria de cerâmica. O vidro vai para a produção de pisos e o perigoso mercúrio é reutilizado na produção de barômetros e termômetros. "A proposta é fechar o ciclo", diz Patchelli.
Custos. O Estado de São Paulo ainda precisa concluir a regulamentação da Política Estadual de Resíduos Sólidos, que vai impor metas de reciclagem para determinados tipos de resíduos, como pilhas, embalagens de agrotóxicos e lâmpadas.
A definição das metas deveria sair até o dia 31, mas, segundo o secretário adjunto de Meio Ambiente de São Paulo, Casemiro Tércio Carvalho, o prazo para que a indústria se adapte à coleta das lâmpadas nos pontos de venda deve ser prorrogado até fevereiro. "Existe um custo para a logística reversa desse material. Mas isso tem de ser feito, e um dos caminhos é por meio de parcerias entre a indústria e os pontos de venda." Segundo os recicladores, o custo de reciclar uma lâmpada fluorescente fica entre R$ 1 e R$ 1,20.
Outro problema, segundo Carvalho, é que há poucas empresas habilitadas a fazer o descarte e a reciclagem dos componentes das lâmpadas. Em todo o Estado de São Paulo, por exemplo, só há quatro. De acordo com a própria Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), a quantidade é insuficiente para atender à demanda que a lei de resíduos estadual vai gerar. Sozinho, o Estado consome nada menos do que 65% das lâmpadas fluorescentes vendidas no País.
Logística. O Brasil tem algumas iniciativas de coleta de lâmpadas. A Apliquim Recicla Brasil, hoje a maior recicladora de lâmpadas do País - processa em torno de 7,5 milhões de unidades/ano -, fechou parcerias com lojas de materiais de construção do Rio de Janeiro e de Caxias do Sul (RS) para receber descarte dos consumidores. Grandes redes, como Leroy Merlin, também já começam a coleta em algumas lojas. "Mas são iniciativas pontuais, que não atendem o consumidor. A maioria acaba descartando as lâmpadas no lixo comum", diz Eduardo Sebben, diretor superintendente da Apliquim Recicla Brasil.
De olho na obrigatoriedade futura, indústria e varejo começam a se articular. A Philips deve incluir, no primeiro semestre de 2011, as lâmpadas fluorescentes em seu projeto Ciclo Sustentável, que realiza a logística reversa de eletroeletrônicos, pilhas e baterias.

PARA ENTENDER
Faltam critérios mais rígidos para destinação
A Lei Nacional de Resíduos Sólidos, de 2 de agosto de 2010, foi regulamentada na semana passada, mas não houve detalhamento sobre a questão da destinação e reciclagem das lâmpadas. Havia a expectativa de que seriam impostos critérios mais rígidos para a destinação desse tipo de resíduo, o que ainda não ocorreu.
Segundo o decreto, os consumidores que não separarem o lixo seco do úmido estarão sujeitos a multas. Entre outras medidas, o decreto prevê penalidades para aqueles que não cumprirem as obrigações estabelecidas na coleta seletiva e nos sistemas de logística reversa, pelo qual aparelhos eletroeletrônicos, pilhas e pneus terão de retornar aos fabricantes. A punição pode vir em forma de advertência e, em caso de reincidência, multas de R$ 50 a R$ 500

Cabelos


O fio de cabelo é uma estrutura fina q cresce em média de um a 2cm ao mes. Ele é constituído basicamente, cerca de 80%, da proteína queratina. Durante seu crescimento ele é envolto pela secreção das glandulas sebáceas. Esta secreção funciona como uma capa protetora, além de permitir brilho e suavidade ao fio. Cada fio possui raiz e haste. Haste é a parte visivel do fio.
Cada fio possui tres estruturas principais:
CUTICULA. Camada externa do fio. É a principal barreira à penetração de agentes quimicos e ambientais p/ o interior da fibra.
Permanece intacta, somente a alguns milímetros da raiz. Sua sensibilização é causada por açoes mecanicas (escovar, pentear, secar, lavar friccionando como roupa!), químicas (shampoos, ondulações, coloração, descoloração, alisamentos), e ambientais (sol, mar, vento, piscina). A danificação da cuticula, torna o cabelo sem brilho, dificil de pentear e aspero ao toque.
A remoção total da cuticula causa as chamadas pontas duplas. A cuticula é formada por 6 a 10 camadas sobrepostas como telhas em um telhado. Ela é responsavel pelo brilho dos cabelos e influencia fundamentalmente no toque, na suavidade, na penteabilidade, e formação de carga estática.
CÓRTEX. É onde as proteínas queratinizadas se formam em fibras paralelas, dando a elasticidade e resistencia q um cabelo saudavel tem e determinando o grau maior ou menor de porosidade do fio. Sua estrutura pode ser alterada por agentes quimicos e luz ultravioleta proviniente dos raios solares.
MEDULA. Encontra-se no centro do cabelo, como se fosse uma espinha dorsal,constituidas de pigmentos. Em um cabelo traumatizado por agentes quimicos, a medula apresenta-se quebrada e às xs ausente. É responsável pela nutrição e sustentação do fio e no homem ela nao possui função real chegando a ser às xs ausente.
COMPOSIÇÃO QUIMICA DOS FIOS
AGUA. É fundamental e seu teor varia de acordo com a umidade relativa do ar, mas chega em torno de 10% da composição quimica de um fio. Qdo o cabelo está molhado, chega a absorver cerca de 30% do seu peso-Portanto, procure sempre lavar seu cabelo pela manha e nao prendê-lo molhado. Evite lavá-lo à noite, pois o cabelo leva em torno de 24 horas p/ secar naturalmente.
LIPIDEOS. Fazem parte da composição e podem estar tanto interna, qto externamente. Tanto os óleos internos, qto externos somam 6% da composição dos fios. Os internos ajudam na estrutura do fio e os externos sao responsaveis pela manuntenção de óleo ao longo do fio.
AMINOÁCIDOS. Sao unidades fundamentais das proteínas e somam cerca de 14% da composição quimica. O mais importante é a cisteína, rico em enxofre (garante a resistencia quimica do cabelo) q é um elemento de ligação covalente (dá forma ao cabelo- liso, ondulado, crespo, etc). Estes ligados entre si, ou atuando sozinhos, sao fontes de brilho, maleabilidade e resistencia dos fios.
QUERATINA. É uma proteina fibrosa, insoluvel, de alto peso molecular. Os cabelos e unhas dao compostos basicamente dela. A queratina hidrolizada, obtida atraves de processos laboratoriais, possui facilidade de penetração na cuticula, devido ao baixo peso molecular, proporcionando brilho, restauração , umidade e condicionamento. A administração CORRETA da queratina, auxilia na reestruturação das regioes do cabelo afetadas por agentes quimicos, ambientais e mecanicos.FITOQUERATINA. COMPOSIÇÃO DE AMINOÁCIDO LIVRES DAS PLANTAS NA MESMA PROPORÇÃO EM Q SÃO ENCONTRADAS NO CABELO HUMANO. Possui baixo peso molecular e provem do milho, trigo e soja, manipulados LABORATORIALMENTE!!! Portanto nao tentem extrair queratina em casa, OK

Queratina

ISSN 1517-7076





Revista Matéria, v. 10, n. 1, pp. 8 – 13, Março de 2005
http://www.materia.coppe.ufrj.br/sarra/artigos/artigo10644
Obtenção de Biofilmes a partir de Queratina de Penas de Frango
G.R.P. MOORE, S.M. MARTELLI, P.D. ANDREO, C.A. GANDOLFO, R.F.A. MACHADO,
A. BOLZAN, J.B. LAURINDO
Universidade Federal de Santa Catarina Departamento de Engenharia Química e Engenharia de Alimentos
Caixa Postal 476 – CEP 88040-900 – Florianópolis – SC
RESUMO
A indústria de processamento de aves produz uma grande quantidade de penas que são usualmente utilizadas na formulação de ração animal. A queratina é uma proteína fibrosa encontrada neste tipo de resíduo, a qual pode ser classificada como um polímero natural tridimensional. O objetivo desse trabalho é a obtenção de filmes biodegradáveis a partir da queratina extraída das penas de frangos, como uma alternativa para agregar valor a este subproduto do processamento. A extração da queratina das penas foi realizada utilizando-se uma solução contendo uréia, mercaptoetanol, surfactante e água a 50ºC e pH 9,0. Após essa extração, foi realizada uma filtração, onde os resíduos insolúveis foram separados. O 2-mercaptoetanol e a uréia foram removidos da mistura por diálise, resultando na agregação da cadeia de polipeptídeos de resíduos de cisteína, obtendo-se um gel branco e opaco, que posteriormente foi liofilizado. O teor de proteína foi determinado pelo método do biureto, onde obteve-se 10% p/v. O rendimento percentual de queratina obtido foi de 90%, em relação à massa inicial de penas secas, valor semelhante ao encontrado na literatura. Os filmes foram preparados através de soluções filmogênicas de queratina usando a técnica de “casting”, usando-se o glicerol como plastificante (0,01- 0,09g/g de queratina). Ensaios de tração mostraram que a presença do glicerol diminuiu a tensão de ruptura dos filmes de 16 para 1,28 MPa e aumentou o alongamento dos mesmos de 1,74% para 19,27%. A higroscopicidade dos filmes de queratina, com diferentes concentrações de glicerol foi caracterizada através da determinação experimental de isotermas de sorção de umidade, utilizando soluções salinas saturadas a 35ºC. As isotermas de sorção de umidade mostraram que, o conteúdo de umidade nos filmes aumentou com o aumento da concentração de glicerol. Os filmes obtidos mostraram boa resistência mecânica, embora apresentem baixa resistência à umidade.
Palavras chaves:    Queratina, penas, filmes biodegradáveis.

Obtainment of Biofilms From Chicken Feather Keratin
ABSTRACT
The chicken processing industry produces a large amount of feather which is often employed to formulate animal feed. Keratin are fibrous proteins found in this kind of residue and can be classified as a three-dimensional polymer. The aim of this work is the obtention of biodegradables films using keratin extracted from chicken feather, as an alternative to add value to this by-product. Keratin was performed with a solution of urea, 2-mercaptoethanol, surfactant and water at 50ºC, at pH 9.0. Insoluble residues were separed by filtration and 2-mercaptoethanol and urea were removed by dialysis, resulting in polypeptids chains aggregater and in cysteine residues, produzing a white and opaque gel, which was liofilized later. Protein content found by biuret method was 10% (w/v). Keratin yield was 90 wt % of initial dry feather mass, similar to the literature values. Films were made of keratin filmogenic solutions by casting, using glycerol as plasticizer (0,01- 0,09g/g keratin). Glicerol decreased the tensile strength from 16 to 1.28 MPa and increased elongation from 1.74 to 19.27%. Keratin films hygroscopocity, with different glycerol concentrations, were determinated by moisture sorption isotherm, using salt satured solutions at 35ºC. The moisture sorption isotherns showed that the moisture content of the films increased with higher concentration of glycerol. Obtained films have shown good mechanical prorperty resistence however moisture has been low.
Keywords:    Keratin, feather, films, biodegradables.

1           INTRODUÇÃO

Nos últimos 15 anos, a produção de frangos de corte aumentou em média 5% anualmente. Na União Européia mais de 77000 toneladas de penas são geradas pela indústria avícola. As penas são compostas principalmente de queratinas, sendo estas uma classe de proteínas estruturais que atualmente são utilizadas na forma hidrolisada, como aditivo na ração animal [5].
Atualmente, vem crescendo o interesse no desenvolvimento de novos materiais com aplicação ambientalmente sustentável, a partir de resíduos de proteínas. O uso de biopolímeros (polissacarídeos, lipídeos e proteínas) na fabricação de materiais biodegradáveis e filmes comestíveis cresceram consideravelmente nos últimos vinte anos [2]. Os filmes biodegradáveis proporcionam vantagens ecológicas sob as embalagens poliméricas convencionais, por serem biodegradáveis. Filmes à base de proteínas têm sido usados como protetores  de medicamentos na indústria farmacêutica como cápsulas de gelatina, revestimento de salsichas e aplicações em embalagens descartáveis. Existem três categorias em que os filmes podem ser classificados: hidrocolóides (contendo proteínas, polissacarídeos ou alginatos), lipídeos (constituídos de ácidos graxos e acetilglicerol) e compósitos (produzido pela combinação de duas categorias) [1]. As proteínas são heteropolímeros com propriedades termoplásticas, constituídas de aminoácidos polares e não-polares, que são capazes de formar numerosas ligações intermoleculares, as quais permitem uma ampla variação nas propriedades funcionais dos materiais resultantes [4].
Apesar da queratina de penas ser um recurso abundante e de baixo custo, pouca atenção vem sendo para aplicação na área de biofilmes. A queratina é uma proteína fibrosa encontrada no cabelo, lã, unhas, penas e outras camadas epiteliais. Uma característica importante da queratina é a ocorrência de uma grande quantidade de pontes dissulfeto quando comparada à  maioria das outras proteínas estruturais em vertebrados, tais como colágeno, elastina e proteínas miofibrilares. Por causa desta quantidade extensiva de ligações dissulfeto cruzadas e uma alta quantidade de aminoácidos hidrofóbicos, queratinas são insolúveis tanto em solventes polares como a água, e em solventes apolares. Somente podem ser extraídas se as pontes dissulfeto e pontes de hidrogênio forem quebradas. Para obtenção de filmes à base de queratina, uma solução estável de queratina é necessária. Vários procedimentos estão descritos na literatura para extrair queratinas de lã e cabelo. Alguns métodos envolvem à cisão simultânea de ligações peptídicas (hidrólises ácidas e básicas), redução de pontes dissulfeto com soluções de sulfato de sódio alcalino ou a combinação de tratamentos enzimáticos e químicos com o uso de hidróxido de amônio. Processos sem cisões peptídicas significativas, em que somente pontes dissulfeto são rompidas, incluem sulfitólises ou oxidação de pontes dissulfeto com ácido perfórmico [678].
Yamauchi et al. [10] utilizaram um processo brando para extrair queratina de lã, o qual envolve o uso de tióis, como o 2-mercaptoetanol, para reduzir as pontes dissulfeto em soluções concentradas de uréia em  pH moderadamente alcalino. Quando a queratina da lã é solubilizada, seguindo este procedimento, uma solução estável é obtida. A remoção do 2-mercaptoetanol e da uréia desta solução por diálise resultam na agregação das cadeias polipeptídicas de queratina e na reoxidação dos resíduos de cisteína, rendendo um gel branco e opaco.
O objetivo deste trabalho foi a obtenção de filmes a base de queratina de penas de frangos e a caracterização das suas propriedades mecânicas de tração e alongamento e a higroscopicidade.

2           MATERIAIS E MÉTODOS

As penas de frangos foram fornecidas por uma indústria avícola local, com teor de umidade de 10%. Os reagentes utilizados para a preparação dos filmes foram uréia (Nuclear), 2-mercaptoetanol (Vetec), sódio lauril sulfato (Nuclear), éter de petróleo (Nuclear) e glicerol (Nuclear). As membranas de diálise utilizadas foram da  Spectra/Por-1, com ponto de corte de 8000 a 10000 Daltons.  A dosagem de proteínas foi realizada pelo método colorimétrico do Biureto.

2.1          Extração de Queratina

As penas previamente lavadas, segundo a norma ASTM(D584) foram moídas em moinho de facas marca Tecnal, modelo TE-648. Este material foi desengordurado com éter de petróleo por 12h, em um extrator de soxhlet.

2.2          Solução Filmogênica

A solução filmogênica contendo 10% (p/v) de queratina foi preparada de acordo com o procedimento de Yamauchi [10]. Assim, 9g de penas foram imersas em 100mL de água destilada contendo 8M de uréia, 0,26M de sódio lauril sulfato e 1,66M de 2-mercaptoetanol. A mistura foi agitada a 50ºC e mantida a pH 9,0, durante 1h com atmosfera inerte de nitrogênio e posteriormente filtrada. O filtrado foi dialisado com água destilada durante três dias consecutivos.

2.3          Preparação dos Filmes

Os filmes foram preparados por “casting” seguido da secagem da solução filmogênica. A concentração de plastificante em relação ao teor de proteína variou de 1-9g de glicerol /100 g de proteína. A secagem dos filmes deu-se em estufa com ventilação a 30ºC durante 24 h.

2.4          Propriedades Mecânicas

Os filmes foram previamente condicionados por uma semana a  35ºC e umidade relativa (UR) de 75% antes de serem submetidos a ensaios de tração em texturômetro TA-XT2i Stable Micro System. As propriedades mecânicas dos filmes foram avaliadas quanto à tensão de ruptura (s), alongamento (Є) e módulo de elasticidade (E).

2.5          Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV)

As micrografias das amostras foram realizadas utilizando um microscópio eletrônico de varredura (Philips XL30) com metalizador para recobrir as amostras com uma fina camada de ouro.

2.6          Isotermas de Sorção

A determinação das isotermas de sorção de umidade foi realizada pelo método estático, com soluções salinas. Os filmes foram condicionados a diferentes atmosferas obtidas com soluções salinas saturadas. Os sais NaOH, MgCl2 , K2CO3, Mg(NO3)2, NaNO2, NaCl, KCl foram escolhidos, de maneira a se obter umidades relativas na faixa de 6 a 96%, a uma temperatura de 35ºC. As amostras foram pesadas periodicamente até atingirem peso constante. O modelo de GAB (equação 1) foi utilizado para ajustar os dados experimentais das isotermas de sorção, sendo que A, B e C são parâmetros de GAB. Os dados de sorção foram determinados em triplicatas.
(1)

3           RESULTADOS E DISCUSSÃO

3.1          Propriedades Mecânicas dos Filmes

Os filmes sem plastificante mostraram-se quebradiços e com baixa capacidade de alongamento, ocasionada provavelmente pela maior agregação das cadeias de proteína. O comportamento da tensão de ruptura dos filmes em relação à concentração de glicerol, está apresentado na Tabela 1, onde pode-se notar que o incremento do glicerol de 1 a 9 ( g glicerol/ g proteína ) reduziu a tensão de ruptura dos filmes  em até 8,4 vezes. Porém, a ação do glicerol aumentou o alongamento dos filmes em até 18 vezes. Estes resultados estão de acordo, com trabalhos que estudaram o efeito da concentração do glicerol em outros filmes protéicos [349].

Tabela 1- Efeito da concentração do glicerol nas propriedades mecânicas dos filmes de queratina.
Glicerol
(g /g de proteína)
Propriedades mecânicas
Tensão de ruptura (MPa)
Alongamento
(%)
Módulo de Young
(MPa/%)
 
 
0.00
16,57± 5.49
1,74 ± 0,24
10,18 ± 7,08

0.01
6,33  ± 0,67
11,86 ± 2,63
2,00 ± 0,75

0.03
7,64  ± 0,58
13,81 ± 2.36
2,11 ± 0,60

0.05
5,34  ± 0,74
19,75 ± 4,07
1,20 ± 0,21

0.07
5,41  ± 0,49
30,49 ± 7,71
0,94 ± 0,60

0.09
1,97  ± 0.19
31,92 ± 4,51
0,21 ± 0,02


Os resultados de tensão de ruptura dos filmes de queratina indicaram que estes possuem maior resistência mecânica à tração do que filmes de proteína de soja, proteína de amendoim, proteínas de soro de leite, proteína de glúten e proteína de lã citados na literatura [34510]. No entanto, os filmes de queratina apresentam menor tensão de ruptura que os filmes de proteína miofibrilar [9].
Segundo a teoria clássica dos polímeros, os plastificantes atuam diminuindo as forças intermoleculares entre as cadeias de macromoléculas adjacentes e provocando redução da temperatura da transição vítrea [9]. Conseqüentemente, a tensão de ruptura diminui e a deformação na ruptura aumenta, com o incremento da concentração de plastificante.
 Segundo Janghud et al. [4], o glicerol é um dos melhores  plastificantes para filmes protéicos. O alto ponto de ebulição, à solubilidade em água e a miscibilidade com a proteína são algumas das características que conferem ao glicerol boas propriedades para aplicação em polímeros em solução aquosa.

     

Figura 1: Superfície morfológica de filmes de queratina (MEV), A) Superfície do filme de queratina sem glicerol; B) filme de queratina com 1 (g glicerol/ proteína);
C) filme de queratina com 9 (g glicerol/g proteína).

3.2          Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV)

Nas Figuras 1a e 1b são mostrados detalhes da morfologia da superfície de filmes de queratina com e sem glicerol para um aumento de 1000 vezes, obtidos da microscopia eletrônica de varredura (MEV). A figura 1c mostra um corte transversal do filme de queratina com 9 (g glicerol/ g proteína).
Pode-se observar através das Figuras 1 a e 1b que a estrutura granular dos filmes analisados tornou-se mais homogênea, à medida que aumentou-se a concentração de glicerol. A figura 1c mostra que os filmes não possuem uma estrutura interna homogênea, apresentando falhas.

3.3          Isotermas de Sorção de Umidade

As isotermas de sorção de umidade dos filmes de queratina com diferentes concentrações de glicerol estão apresentados na Figura 2, onde pode-se observar que o modelo de GAB ajustou-se satisfatoriamente às isotermas determinadas.
Figura 2: Isotermas de sorção de filmes de queratina sem plastificante e com 1, 5, e 7g de glicerol por 100 gramas de proteínas.
Na Tabela 2 apresentam-se os valores das constantes da equação de GAB determinados por regressão não linear.
As isotermas mostraram claramente que o glicerol aumentou a sorção de água pelos filmes. Quanto maior a concentração de glicerol utilizada na dispersão filmogênica, maior a quantidade de água adsorvida por estes filmes no equilíbrio, em comparação aos filmes obtidos sem plastificante.
Tabela 2: Valores das constantes da equação de GAB a 35ºC calculados por regressão não linear para filmes de queratina com diferentes concentrações de glicerol.
Glicerol
(g /g de proteína)
Parâmetros de GAB (1)


A
B
C
R2
-
0,004295
1335574,652
0,95585
0,99
0,01
0,450365
55561537
0,660443
0,97
0,05
0,601132
6060650
0,799043
0,95
0,07
1,054401
5467068
0,726667
0,96

4           CONCLUSÃO

a)       A presença de glicerol diminuiu a tensão máxima de ruptura dos filmes e paralelamente aumentou o alongamento máximo atingido pelos mesmos. Assim, é possível controlar a resistência à tração e o alongamento dos filmes através da concentração de plastificante na dispersão filmogênica utilizada no “casting”.
b)       O plastificante tornou a superfície do filme mais homogênea em comparação aos filmes preparados a partir de dispersões de queratina sem plastificante.
c)       O glicerol aumentou, consideravelmente a higroscopicidade dos filmes de queratina de penas de frango.
d)       Uma análise de custos comparativa, deve ser realizada entre os diferentes tipos de proteína usados para a obtenção de filmes, a qual poderá resultar em indicativos úteis  para uma futura produção em escala industrial.

5           AGRADECIMENTOS

Os autores agradecem ao apoio financeiro fornecido através do projeto Perdigão-FINEP/CT- AGRO/ FNDCT n0 0.1.02-0104.00.

6           REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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