quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

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A VISÃO

PLANETA FINANCEIRO

RIQUEZA

DINAR

OS JUDEUS, O MUNDO E O DINHEIRO
O Brasil expulsou os judeus e, por isso, os judeus não puderam ajudar o nosso desenvolvimento capitalista. Os judeus vieram para o Brasil com os holandeses, sob o comando de Maurício de Nassau. Em 1648, dos 12 mil habitantes europeus em solo brasileiro, cerca de 1,4 mil eram judeus, a maioria deles instalada em Recife, onde se dedicavam à refinação do açúcar e dispensavam melhor tratamento aos escravos. Esses judeus partiram em navios holandeses para Manhattan com a expulsão dos holandeses, afirma Jacques Attali, autor de "Les Juifs, le Monde et l'Argent".
Os judeus tiveram um papel importante no mundo das finanças, principalmente no século XII. Na Idade Média, a começar do ano mil e durante três séculos, associava-se todo judeu a um credor, e todo cristão a de um devedor. Os judeus funcionaram como os únicos emprestadores de dinheiro na Europa. Eles deflagaram o capitalismo europeu.
O "Talmud" permite os empréstimos a juros, proibidos pelas outras religiões. O cristianismo interditou os empréstimos com juros, e a idéia de vinculação de emprestadores de dinheiro ao diabo partiu de cristãos em falta com os credores.
O protestantismo reencontrou valores judeus: redescobriu o valor do dinheiro, e esse valor não é maléfico; liberou os empréstimos com juros. O protestantismo teria sido a origem capitalismo, mas Attali considera esse tese absurda: o capitalismo começou muito antes do protestantismo, surgido, no mínimo, no século XII.
No século XIV, os cristãos começaram a ter o direito de atuar como emprestadores, e foi desaparecendo, a partir daí, a importância dos judeus. Essa importância reapareceu um pouco com a forte presença dos bancos judeus nos EUA, onde concorriam judeus e protestantes. Mas essa forte presença durou cinquenta anos, entre 1860 e 1910. Os judeus passaram a investir no setor de espetáculos, e graças aos empresários judeus nasceram os grandes estúdios, como Fox, MGM, Universal, Warner Brothers.
A grande idéia judia, segundo Attali, é a de propor o fim do ciclo da violência: não opor a vingança à violência, ou seja, a negação da Lei do Talião. O judaísmo substitui a vingança por uma indenização monetária. O dinheiro se torna um modo de pacificação.
O "tsedaka" é um tipo de imposto de renda: toda pessoa deve destinar, voluntariamente, 20% de seus ganhos aos pobres. Mas o grau mais elevado da caridade consiste não em dar dinheiro a alguém, mas em emprestar o bastante para a pessoa nunca mais ter necessidade de pedir novamente, ensinou Maimonide.
O dinheiro só tem sentido se é colocado a serviço de um projeto maior, e se é um instrumento a serviço do bem-estar coletivo, e não do bem-estar individual, interpreta Attali sobre a ética do capitalismo judeu. A riqueza não é um fim, mas um meio de servir a Deus.
Os judeus não financiaram guerras. Na guerra das potências européias contra Napoleão, os Rotschild financiaram a defesa contra invasores, esclarece Attali. Ele reconhece: os Rotschild fizeram fortuna com esse financiamento.
O caráter nômade do povo judeu justifica o seu apego às formas líquidas de riquezas. A existência de Israel não representa o fim do nomadismo. O povo judeu sempre se verá, por muito tempo, na dualidade entre Israel e a Diáspora. O povo judeu deverá desaparecer, matematicamente, num século, por fusão com outros povos. Mais de 52% dos casamentos judeus são uniões mistas, conclui Attali, fundador do "Planet Finance", projeto de microcréditos, destinado a ajudar as pessoas a ter o suficiente para não ter de depender mais da caridade.
RELIGIÃO & NEGÓCIOS - No judaísmo (os judeus representam 0,2% da população mundial), negócios e comércio não são considerados pecaminosos ou indecorosos, se forem conduzidos moralmente. Dos 613 preceitos do Torá (os cinco livros bíblicos de Moisés), 100 se relacionam a dinheiro e a negócios. O princípio central da ética judaica é: "Não faça aos outros aquilo que você abomina".
No islamismo (os muçulmanos representam 19,6% da população mundial), Alá permitiu o comércio e proibiu os juros. O Alcorão, livro sagrado, revelado ao profeta Maomé há de mais 1.400 anos, fala claramente contra o "riba" (o juro pré-fixado). Conciliar as normas religiosas com o sistema financeiro mundial é um duro desafio para milhões de muçulmanos do mundo moderno. No Paquistão, os empresários têm sido ajudados pelo crescimento do "leasing" (a taxa mensal é realmente o pagamento de aluguel de ativo, consideram os estudiosos islâmicos).
BODE EXPIATÓRIO - O Poder Judiciário nem agora, nem jamais haverá de se prestar ao papel de bode expiatório para a pantomima nacional, afirmou em 09.mai.2003 o ministro Marco Aurélio Mello, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF). Há falhas, reconhece ele, mas longe de uma situação aguda ou emergencial a demandar intervenções de qualquer espécie.
O controle externo do Judiciário já existe e é exercido pelo Tribunal de Contas da União (TCU), pelo Ministério Público, na qualidade de fiscal da lei e titular da ação penal, e pelos advogados.
As decisões do Poder Judiciário têm a transparência determinada pelo princípio da publicidade, e a possibilidade de revisão por duas instâncias - e às vezes até por três - representa garantia de controle das sentenças. A organização do Judiciário em instâncias visa essencialmente à revisão das sentenças por colegiados superiores, com base em critérios legais, observa o ministro Marco Aurélio.
Os poderes constituídos, os alicerces do Estado democrático de Direito, devem merecer nossa reverência ou, quando menos, a presunção de honorabilidade, pontifica o ministro Marco Aurélio.
Os judeus, para expurgar as culpas individuais e coletivas, depois de ouvidas as confissões de cada um dos habitantes da comunidade, sagravam dois animais: um viria a ser imolado; ao outro segredavam-se as vergonhas confessadas e, depois, o abandonavam em pleno deserto para perambular até morrer, a fim de expiar os pecados de todos, explicou o ministro Marco Aurélio.

SABATNA ISA BEN MIRIA

kuwait city

Primeiro-ministro do Kuwait quer mais comércio

O chefe de governo do país recebeu o ministro brasileiro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, que lidera missão ao Oriente Médio. Kuwaitianos investem alto no exterior.
Alexandre Rocha, enviado especial alexandre.rocha@anba.com.br
Cidade do Kuwait – O primeiro-ministro do Kuwait, Nasser Al-Sabah, defendeu nesta quarta-feira (01) o fortalecimento das relações comerciais com o Brasil. “Acreditamos que o comércio deve avançar mais e mais”, disse ele em reunião com o ministro brasileiro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, no palácio do governo kuwaitiano, na Cidade do Kuwait.
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Parte da delegação foi recebida no 'diwan' do primeiro-ministro


Jorge lidera uma delegação empresarial em um giro pelo Oriente Médio. O Kuwait foi a segunda etapa da viagem, depois de Damasco, na Síria. “Existem oportunidades tremendas”, afirmou o primeiro-ministro. “Nosso setor privado é muito importante, os empresários são rápidos e livres [para fazer negócios]”, acrescentou.

Enquanto o ministro estava em reuniões com representantes do governo local, as cerca de 70 empresas brasileiras que integram a delegação participavam de rodada de negócios com empresários kuwaitianos no hotel Crowne Plaza. Foram convidadas 65 companhias do país árabe.

Jorge afirmou que estava cumprindo promessa feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva quando Sabah visitou o Brasil, em agosto. Lula prometeu promover uma missão empresarial ao emirado do Golfo.
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Câmara de comércio propôs exposição de empresas brasileiras


O primeiro-ministro ressaltou, porém, que é preciso facilitar o transporte de mercadorias e pessoas entre os dois países. Ele afirmou que a companhia aérea local, a Kuwait Airways, está sendo privatizada, e que no próximo ano novos aviões vão entrar em operação e novas rotas serão abertas. Serão criados voos para destinos na América Latina. Sabah defendeu ainda a criação de rotas marítimas.

Produtos brasileiros

Demonstrando bom conhecimento sobre o Brasil, o primeiro-ministro falou sobre lugares e produtos brasileiros. Ele afirmou, por exemplo, que hoje aeronaves da Embraer operam no Kuwait com bom desempenho.

“Nós já importamos caminhões também”, declarou. “No deserto, existem lojas móveis, e quando você pergunta se tem frango eles dizem: ‘Tem frango brasileiro’”, acrescentou. Sabah afirmou ainda que a Chevrolet do Brasil forneceu no passado um modelo de caminhonete ao país, que ficou conhecido como “The Brazilian”.
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Rodadas de negócios foram concorridas


Em reunião com os empresários brasileiros antes das rodadas, o embaixador do Brasil, Roberto Abdallah, afirmou que o Kuwait promove atualmente um processo de privatizações. O país tem muitos investimentos no exterior, mas no Brasil apenas dois são conhecidos: a participação no banco ABC e a empresa de logística Itatrans, adquirida recentemente pela kuwaitiana Agility.

O país tem um fundo soberano, a Kuwait Investment Authority (KIA), com recursos estimados em mais de US$ 200 bilhões. Só no ano passado o fundo voltou ao nível de capital que tinha antes da invasão iraquiana, em 1990. O emirado sofreu também com a crise econômica internacional, mas continua a ter uma das maiores economias do Oriente Médio.

Câmaras

Em reunião na Câmara de Comércio do Kuwait, o vice-presidente da entidade, Abdul Wahab Al Wazzan, recomendou a realização de uma exibição de empresas brasileiras no país árabe. “Para que as pessoas possam ver os produtos [brasileiros]”, disse.
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Brasileiros almoçaram nas Kuwait Towers


O presidente da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, Salim Taufic Schahin, que acompanhou Jorge nas visitas, colocou a instituição que preside à disposição. “Vocês podem usar nossa câmara. Muito pode ser feito”, declarou. Ele acrescentou que o Brasil tem diversas oportunidades para os investidores do Kuwait e sugeriu uma maior troca de informações entre as duas entidades.

Schahin citou como exemplo a área de alimentos. Na delegação brasileira, há um grupo de empresários que buscam investimentos para projetos no ramo agropecuário. Wazzan afirmou que os países do Golfo têm investido nessa área no exterior para garantir o abastecimento de seus próprios mercados

Jorge e parte da delegação participaram ainda de um almoço com o ministro kuwaitiano do Comércio, Ahmed Rachid Al-Haroon, no restaurante das Kuwait Towers, conjunto de torres pontudas que são símbolo do país, onde há uma bela vista da cidade.

Doha

Catar quer empresas brasileiras em suas obras

O assunto foi discutido, em Doha, pelo ministro do Desenvolvimento, Miguel Jorge, e o presidente da Câmara Árabe, Salim Schahin, com representantes do governo e do setor privado do país árabe.
Alexandre Rocha, enviado especial alexandre.rocha@anba.com.br
Doha – O Catar quer que empresas brasileiras participem de suas obras de infraestrutura. O assunto foi discutido nesta quinta-feira (02), em Doha, durante reuniões que representantes do governo e do setor privado do país árabe tiveram com o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, e o presidente da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, Salim Taufic Schahin, que integram missão empresarial do Brasil ao Oriente Médio.
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Reuniões ocorreram nesta quinta-feira, em Doha


De acordo com Schahin, o diretor da Câmara de Comércio do Catar, Ali Bin Abdul Latif Al Misnad, disse que gostaria que empresas brasileiras participassem dos projetos existentes no país árabe. Schahin teve uma reunião com Misnad acompanhado de representantes de construtoras brasileiras.

Segundo Jorge, que teve encontro com o ministro dos Negócios e Comércio do Catar, Jassim Bin Abdul Aziz Al Thani, enquanto as empreiteiras brasileiras podem atuar em obras no país árabe, companhias catarianas poderiam participar da exploração e produção de petróleo na camada pré-sal no litoral brasileiro.

“Estamos falando muito, em todos os países, do programa de investimentos no pré-sal”, disse Jorge à ANBA. “Eles (os árabes) têm as cabeças muito voltadas ao setor de petróleo”, acrescentou. Jorge lidera a delegação brasileira, que já passou pela Síria, Kuwait, está no Catar e ainda vai para a Arábia Saudita e Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos.
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Schahin entrega presente ao diretor da Câmara do Catar


Schahin e Jorge acrescentaram que os números da economia brasileira e do pré-sal impressionam seus interlocutores árabes.

Incentivo

Na abertura da rodada de negócios entre empresários brasileiros e do Catar, Jorge ressaltou que eventos do gênero “contribuem muito para aumentar as relações bilaterais”. Ele destacou que, apesar do forte aumento do comércio entre os dois países nos últimos anos, os negócios “ainda são pequenos diante do tamanho de nossas economias”.

“Temos que diversificar a pauta [de exportações e importações]”, declarou o ministro brasileiro. O comércio bilateral rendeu US$ 366 milhões de janeiro a outubro deste ano, um aumento de quase 100% em comparação com o mesmo período de 2009, de acordo com a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), vinculada ao ministério de Jorge.

“Estamos abertos aos produtos do Catar e dispostos a ampliar nossas compras”, afirmou Jorge. “E para o Brasil, o Catar pode ser uma boa opção para a internacionalização de empresas”, acrescentou. Ele destacou que os investimentos brasileiros diretos no exterior devem chegar a US$ 15 bilhões este ano e aumentar ainda mais em 2011.

O ministro disse ainda que o Brasil oferece financiamentos e garantias para companhias do Catar que queiram investir no país. Na mesma linha, Schahin ressaltou que o Brasil “está hoje no radar do mundo” e precisa de “enormes investimentos”.

Mohamed Bin Abdul Rahman Al Thani, vice-presidente do gabinete do emir do Catar, que representou o ministro dos Negócios e Comércio na cerimônia de abertura, disse que o país árabe passou por “mudanças boas e positivas” nos últimos 10 anos, “baseadas na diversificação da economia e no livre comércio”.

“O Catar é capaz de desenvolver relações econômicas de longo prazo”, afirmou Thani. “Acredito que é possível aumentar o comércio [bilateral] mais e mais”, concluiu.

Argel

Oportunidades de negócios

Hipermercado quer mais produtos brasileiros

O hipermercado Uno, do grupo argelino Cevital, já importa frutas, café, açúcar e suco de laranja do Brasil, mas também está interessado em comprar carnes e produtos lácteos.
Geovana Pagel geovana.pagel@anba.com.br
São Paulo – O hipermercado Uno, aberto há seis meses em Argel, capital da Argélia, quer ampliar a pauta de importações do Brasil. Pertencente ao grupo argelino Cevital, que já importa produtos brasileiros como frutas, café, açúcar e suco de laranja, pretende agora comprar carnes e produtos lácteos do país.
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O hipermercado já importa produtos brasileiros


“Eles estão bastante interessados nos produtos brasileiros porque o grupo Cevital pretende abrir mais dois hipermercados até 2012. A meta deles é crescer e se tornar o primeiro distribuidor argelino”, disse Fábio Ottaiano, analista de Desenvolvimento de Mercado da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, que está em Argel como integrante de missão comercial promovida pelo Ministério da Agricultura, Pecuária a Abastecimento (Mapa) a três países árabes.

De acordo com Ottaiano, algumas empresas brasileira integrantes da missão, como o frigorífico paranaense Mafripar, iniciaram contatos que podem gerar novos negócios futuramente. “A Argélia tem um plano de crescimento e modernização de varejo muito grande. O varejo local é muito fragmentado e formado por pequenos comerciantes. Agora, com o aparecimento dos primeiros hipermercados, a tendência é crescer em poucos anos”, afirmou o analista.

Nesta segunda-feira (29), o grupo participou de uma rodada de negócios promovida em parceria com a Embaixada do Brasil em Argel. Participaram cerca de 25 empresários argelinos. “A maioria dos empresários está interessada em estabelecer parcerias com o Brasil, não simplesmente importar produtos ”, destacou Ottaiano.
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Rodada de negócios entre brasileiros e argelinos


Segundo ele, o interesse foi demonstrado em relação a produtos como café e leite. No caso do café, um empresário argelino está disposto a montar uma torrefação local, em parceria com um brasileiro. O mesmo aconteceria com o leite que passaria a ser processado no país árabe, usando tecnologia brasileira, em parceria com outro empresário local. “Eles querem o ‘know-how’ brasileiro”, afirmou o analista.

A missão, que passou pelo Egito na semana passada, segue até o dia 4 de dezembro. Nesta quarta-feira (1), o grupo embarca para o Emirado de Ras Al Khaimah. Além de técnicos do Mapa, participam da delegação representantes de empresas e cooperativas dos setores de carnes bovina, suína e de aves e de arroz e soja.

Damasco

Síria vai investir US$ 45 bilhões em cinco anos

Recursos vão principalmente para infraestrutura, segundo informações divulgadas no fórum empresarial Brasil-Síria, realizado em Damasco. País árabe quer negociar acordo com Mercosul em seis meses.
Alexandre Rocha, enviado especial alexandre.rocha@anba.com.br
Damasco – O governo da Síria aprovou recentemente um plano que prevê investimentos públicos de US$ 45 bilhões nos próximos cinco anos, informou nesta terça-feira (30) o vice-primeiro ministro para Assuntos Econômicos do país, Abdallah Dardari, no fórum empresarial Brasil-Síria realizado em Damasco. Do total, US$ 30 bilhões vão para a área de infraestrutura, empreendimentos como rodovias, ferrovias, aeroportos e geração de energia.
Alexandre Rocha/ANBA Alexandre Rocha/ANBA
Dardari: projetos são de interesse das empresas brasileiras


Dardari acrescentou que o programa prevê ainda investimentos em educação, proteção social, redução da pobreza, produção agrícola e irrigação. “[O plano] está muito próximo dos interesses das empresas brasileiras”, disse ele a uma platéia de empresários, diplomatas e representantes dos dois governos. A ideia é que companhias do Brasil aproveitem as oportunidades de negócios criadas pelo plano.

A visita a Damasco é a primeira etapa de uma missão comercial ao Oriente Médio organizada pelo ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior do Brasil (MDIC), liderada pelo ministro Miguel Jorge. “Existem possibilidades de fortes parcerias entre os empresários [brasileiros e sírios]”, declarou Dardari.

Ele acrescentou que, além dos aportes de dinheiro público, a Síria espera atrair US$ 50 bilhões em investimentos privados, nacionais e estrangeiros, nos próximos anos.

Livre comércio

Jorge destacou que mais negócios podem ser gerados com a criação de um tratado de livre comércio entre a Síria e o Mercosul. O tema foi discutido durante a visita que o presidente do país árabe, Bashar Al Assad, fez ao Brasil em julho. O ministro brasileiro ressaltou que um acordo quadro, que oficialmente dará início às negociações, será assinado em 16 de dezembro. Ele disse ainda que a intenção é finalizar as negociações em seis meses.
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Jorge: Brasil está aberto para ampliar importações


Dardari declarou à ANBA que acha possível cumprir o prazo, pois há boas relações políticas e culturais entre as duas partes, e o acordo de livre comércio do Mercosul com o Egito foi firmado nove meses apenas após o início das negociações de fato. Ele acrescentou que não deve haver grandes resistências do setor produtivo sírio por receio da concorrência dos produtos do bloco sul-americano.

“Abrimos a economia para os produtos árabes, turcos e iranianos e vimos que podemos competir. Não vemos problemas em abrir o mercado [para o Mercosul], se lá os mercados também serão abertos”, destacou o vice-primeiro ministro. Na mesma linha, Jorge ressaltou que o Brasil está disposto a “ampliar muito” suas importações da Síria.
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Schahin: empresários têm que trilhar caminho aberto


De acordo com o presidente da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, Salim Taufic Schahin, as exportações brasileiras à Síria devem chegar a US$ 500 milhões este ano, ao passo que as importações de produtos sírios devem ficar em apenas US$ 5 milhões.

“O acordo [de livre comércio] vai criar oportunidade para ampliar muito [a balança comercial]”, declarou Jorge. “A Síria terá acesso privilegiado aos mercados do Mercosul”, acrescentou o embaixador brasileiro em Damasco, Edgard Casciano.
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Empresários em rodada de negócios


Schahin afirmou que os governos dos dois países estão definindo os caminhos para o aumento das relações econômicas bilaterais, agora falta os empresários “seguirem esse caminho”. Apesar do crescimento do comércio nos últimos anos, ele ressaltou que “não há notícias” ainda de investimentos recíprocos e que as parcerias público-privadas na área de infraestrutura podem ser uma maneira de viabilizar isso. “Devemos buscar as oportunidades de cooperação e negócios”, disse.

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Schahin e Akhras (D) assinam ata do conselho
O tema foi discutido mais cedo em reunião que Jorge, Schahin e Casciano tiveram com o presidente Sírio. Schahin contou que Assad está muito interessado em fortalecer as relações com o Brasil em várias áreas e que a Síria pode servir de caminho para as empresas brasileiras chegarem a outros países do Oriente Médio, especialmente o Iraque. “Existem muitas oportunidades na área de infraestrutura, e o presidente [Assad] gostaria que as empresas brasileiras trouxessem seu know-how, tecnologia e financiamentos. No setor agropecuário também”, disse.

Outro assunto tratado com Assad, de acordo com Jorge, foi a eliminação da necessidade de vistos para entrada nos dois países, a começar pelos empresários.

Conselho

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Dervixes rodopiantes no Khan Asad Pacha
No seminário, foi assinada a ata de criação do Conselho Empresarial Brasil-Síria, que terá Schahin como presidente do lado brasileiro e o empresário Tarif Akhras como sua contraparte no lado sírio. Akhras lembrou que haverá, em abril de 2011, um fórum empresarial Mercosul-Síria.

Após o seminário, foram realizadas rodadas de negócios entre os empresários dos dois países. Cerca de 70 companhias brasileiras fazem parte da delegação do MDIC, e 130 empresas sírias se inscreveram para participar do encontro.

Na segunda feira à noite, Dardari ofereceu um jantar à delegação brasileira no Khan Asad Pacha, hospedaria aberta em 1749 pelo então governador otomano de Damasco, Asad Al Azem. A iluminação especial, a música e as apresentações de um grupo folclórico e de dervixes rodopiantes deram ao evento um ar de Mil e Uma Noites. A missão brasileira segue ainda nesta terça-feira para o Kuwait. Depois vai passar ainda por Catar, Arábia Saudita e Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos.

Ko

Ko: A Revolução,
Haverá uma mudança radical que você poderá explorar para renovar o estado atual das coisas. Deve porém ter muito cuidado para não considerar só as suas necessidades, mas também as dos outros. Desse modo, alcançará o seu objetivo serenamente e sem remorsos.