sexta-feira, 18 de março de 2011

Coleta

Catadores de materiais recicláveis
se reuniram no final
do mês de fevereiro para bater
panelas em frente ao prédio da
Secretaria Municipal de Verde
e Meio Ambiente de São Paulo.
A manifestação buscava a
reintegração de um funcionário
público removido da função
de apoio à ampliação do
sistema de coleta seletiva com
inclusão dos catadores. Depois
de muito barulho, os catadores
foram recebidos pela
secretária adjunto Leda Maria
Aschermann, mas saíram sem
resultados concretos.
Mesmo com a aprovação e
sanção no mês de dezembro
da Política Nacional de Resíduos
Sólidos que é favorável
à inclusão econômica dos catadores
no plano federal, as
condições de trabalho dos catadores
na cidade de São Paulo
continuam péssimas.
A Prefeitura tem em sua
conta bancária recursos da
União no valor de seis milhões
para construção de 10
novos galpões, tem contra si
uma decisão judicial obrigando
ampliar o sistema de coleta
seletiva, além da pressão da
sociedade que busca cada vez
mais a forma correta de destinar
do lixo. Mesmo com tudo
isso, a administração municipal
parece não ter interesse na
criação de trabalho e renda para
o povo pobre e marginalizado.
O trabalho de catação ainda é
realizado informalmente e em
condições desumanas nas ruas
da cidade.
Desde a criação do programa
municipal de coleta seletiva na
gestão Luiza Erundina, o programa
não foi ampliado nas administrações
recentes. O interesse
de Kassab é privatizar esse setor
da reciclagem e torná-lo rentável
para as grandes empresas. Inclusive
os grandes conglomerados
europeus já se movimentam para
disputar o setor e utilizar a nova
legislação aprovada para um
novo nicho de mercado.
Outra nova moda travestida
de tecnologia é a incineração do
lixo que é vendida em toda a
America Latina por empresas
estrangeiras que prometem resolver
definitivamente o problema
do lixo e, ainda, gerar
energia elétrica queimando o
material reciclável. Na Europa,
dezenas de entidades lutam há
muitos anos contra os incineradores
que já começam a ser
proibidos em alguns países,
motivo pelo qual essas empresas
têm investido em lobby
sobre as prefeituras brasileiras
para vender seus equipamentos.
Não passam de sucata ultrapassada.
Os catadores de materiais
recicláveis sabem muito bem
o que significa a queima do
lixo e a competição das grandes
empresas sobre a gestão da
coleta seletiva. Significa mais
fome, miséria e exclusão social
para milhares de famílias que
trabalham com a catação de
materiais recicláveis.
É urgente apoiar o trabalho dos
catadores e lutar por um sistema
de coleta seletiva solidária que faça
inclusão social concreta e permita a
limpeza de nosso meio ambiente.

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