segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Qatar Compras

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06/12/2010 - 08:00

Finanças

O Catar no dia a dia dos brasileiros

Na conta corrente, no automóvel, onde menos se espera. Empresas do Catar vêm fazendo aquisições mundo afora e já tem participações em marcas populares no Brasil, como o banco Santander e a Volkswagen.
Isaura Daniel isaura.daniel@anba.com.br
São Paulo – Sem fazer muito alarde, uma nação árabe, não muito conhecida por aqui, está entrando no dia a dia dos brasileiros. É o Catar, país do Golfo Árabe rico em petróleo e gás, que vem fazendo aquisições significativas mundo afora e, por meio de suas empresas, já se tornou sócio de algumas das marcas mais populares no Brasil. O Santander é o caso mais recente. A Qatar Holding, estatal do país árabe, adquiriu 5% do Santander Brasil no mês de outubro e passou a ter em suas mãos parte das contas correntes de alguns milhões de brasileiros.

Divulgação Divulgação
Parte do capital do Santander é árabe
Essa foi a compra do Catar mais divulgada no Brasil, mas o país árabe também está, indiretamente, nas estradas e garagens nacionais, já que a Qatar Holding também é dona de parte da Volkswagen na Alemanha, uma das marcas de carros mais vendidas na terra do samba. Entre janeiro e outubro foram licenciados, no Brasil, 479.132 automóveis da Volks, de acordo com informações da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). A mesma Qatar Holding possui participação no Credit Suisse, banco suíço que opera no país.

Se incluir investimentos no Ocidente como um todo, a mão do Catar vai ainda mais longe pois está na rede de varejo britânica J Sainsbury, no banco inglês Barclays, na loja de departamento Harrods, de Londres, todos por meio da Qatar Holding, e na rede de hotéis de luxo Fairmont, por meio da empresa Qatari Diar, além de em outra infinidade de empresas e marcas bastante conhecidas e reconhecidas na Europa e nas Américas.

O embaixador do Catar em Brasília, Jamal Nasser Al Bader, explica que o aumento mundial do preço do petróleo refletiu positivamente na renda do Qatar e no orçamento do país. “Mas em virtude dos preços flutuantes (do petróleo e gás) o governo tem se esforçado para fazer aplicações financeiras em investimentos nacionais e estrangeiros com o objetivo de assegurar a estabilidade de renda do estado e não deixá-lo dependente de um único produto”, afirmou o diplomata, em entrevista à ANBA. Ele afirma que os investimentos que o país tem feito não são para obter ganhos rápidos, mas sim aplicações de longo prazo.

Al Bader afirma que a visita do emir do Catar, Hamad Bin Khalifa Al Thani, feita ao Brasil no começo deste ano, foi importante para a realização dos aportes. “Os investimentos recentes do Catar no Brasil são resultados da visita”, afirma o embaixador. O interesse verde e amarelo do Catar, aliás, não é novidade. Notícias sobre isso já circularam até mesmo nos grandes jornais do mundo, como o Financial Times, que, em reportagem do primeiro semestre deste ano, afirmou que um fundo do Catar estava disposto a investir US$ 500 milhões no Brasil, na área de imóveis, assim como na Rússia.

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