quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Doha

Catar quer empresas brasileiras em suas obras

O assunto foi discutido, em Doha, pelo ministro do Desenvolvimento, Miguel Jorge, e o presidente da Câmara Árabe, Salim Schahin, com representantes do governo e do setor privado do país árabe.
Alexandre Rocha, enviado especial alexandre.rocha@anba.com.br
Doha – O Catar quer que empresas brasileiras participem de suas obras de infraestrutura. O assunto foi discutido nesta quinta-feira (02), em Doha, durante reuniões que representantes do governo e do setor privado do país árabe tiveram com o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, e o presidente da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, Salim Taufic Schahin, que integram missão empresarial do Brasil ao Oriente Médio.
Alexandre Rocha/ANBA Alexandre Rocha/ANBA
Reuniões ocorreram nesta quinta-feira, em Doha


De acordo com Schahin, o diretor da Câmara de Comércio do Catar, Ali Bin Abdul Latif Al Misnad, disse que gostaria que empresas brasileiras participassem dos projetos existentes no país árabe. Schahin teve uma reunião com Misnad acompanhado de representantes de construtoras brasileiras.

Segundo Jorge, que teve encontro com o ministro dos Negócios e Comércio do Catar, Jassim Bin Abdul Aziz Al Thani, enquanto as empreiteiras brasileiras podem atuar em obras no país árabe, companhias catarianas poderiam participar da exploração e produção de petróleo na camada pré-sal no litoral brasileiro.

“Estamos falando muito, em todos os países, do programa de investimentos no pré-sal”, disse Jorge à ANBA. “Eles (os árabes) têm as cabeças muito voltadas ao setor de petróleo”, acrescentou. Jorge lidera a delegação brasileira, que já passou pela Síria, Kuwait, está no Catar e ainda vai para a Arábia Saudita e Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos.
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Schahin entrega presente ao diretor da Câmara do Catar


Schahin e Jorge acrescentaram que os números da economia brasileira e do pré-sal impressionam seus interlocutores árabes.

Incentivo

Na abertura da rodada de negócios entre empresários brasileiros e do Catar, Jorge ressaltou que eventos do gênero “contribuem muito para aumentar as relações bilaterais”. Ele destacou que, apesar do forte aumento do comércio entre os dois países nos últimos anos, os negócios “ainda são pequenos diante do tamanho de nossas economias”.

“Temos que diversificar a pauta [de exportações e importações]”, declarou o ministro brasileiro. O comércio bilateral rendeu US$ 366 milhões de janeiro a outubro deste ano, um aumento de quase 100% em comparação com o mesmo período de 2009, de acordo com a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), vinculada ao ministério de Jorge.

“Estamos abertos aos produtos do Catar e dispostos a ampliar nossas compras”, afirmou Jorge. “E para o Brasil, o Catar pode ser uma boa opção para a internacionalização de empresas”, acrescentou. Ele destacou que os investimentos brasileiros diretos no exterior devem chegar a US$ 15 bilhões este ano e aumentar ainda mais em 2011.

O ministro disse ainda que o Brasil oferece financiamentos e garantias para companhias do Catar que queiram investir no país. Na mesma linha, Schahin ressaltou que o Brasil “está hoje no radar do mundo” e precisa de “enormes investimentos”.

Mohamed Bin Abdul Rahman Al Thani, vice-presidente do gabinete do emir do Catar, que representou o ministro dos Negócios e Comércio na cerimônia de abertura, disse que o país árabe passou por “mudanças boas e positivas” nos últimos 10 anos, “baseadas na diversificação da economia e no livre comércio”.

“O Catar é capaz de desenvolver relações econômicas de longo prazo”, afirmou Thani. “Acredito que é possível aumentar o comércio [bilateral] mais e mais”, concluiu.

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