quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

kuwait city

Primeiro-ministro do Kuwait quer mais comércio

O chefe de governo do país recebeu o ministro brasileiro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, que lidera missão ao Oriente Médio. Kuwaitianos investem alto no exterior.
Alexandre Rocha, enviado especial alexandre.rocha@anba.com.br
Cidade do Kuwait – O primeiro-ministro do Kuwait, Nasser Al-Sabah, defendeu nesta quarta-feira (01) o fortalecimento das relações comerciais com o Brasil. “Acreditamos que o comércio deve avançar mais e mais”, disse ele em reunião com o ministro brasileiro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, no palácio do governo kuwaitiano, na Cidade do Kuwait.
Alexandre Rocha/ANBA Alexandre Rocha/ANBA
Parte da delegação foi recebida no 'diwan' do primeiro-ministro


Jorge lidera uma delegação empresarial em um giro pelo Oriente Médio. O Kuwait foi a segunda etapa da viagem, depois de Damasco, na Síria. “Existem oportunidades tremendas”, afirmou o primeiro-ministro. “Nosso setor privado é muito importante, os empresários são rápidos e livres [para fazer negócios]”, acrescentou.

Enquanto o ministro estava em reuniões com representantes do governo local, as cerca de 70 empresas brasileiras que integram a delegação participavam de rodada de negócios com empresários kuwaitianos no hotel Crowne Plaza. Foram convidadas 65 companhias do país árabe.

Jorge afirmou que estava cumprindo promessa feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva quando Sabah visitou o Brasil, em agosto. Lula prometeu promover uma missão empresarial ao emirado do Golfo.
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Câmara de comércio propôs exposição de empresas brasileiras


O primeiro-ministro ressaltou, porém, que é preciso facilitar o transporte de mercadorias e pessoas entre os dois países. Ele afirmou que a companhia aérea local, a Kuwait Airways, está sendo privatizada, e que no próximo ano novos aviões vão entrar em operação e novas rotas serão abertas. Serão criados voos para destinos na América Latina. Sabah defendeu ainda a criação de rotas marítimas.

Produtos brasileiros

Demonstrando bom conhecimento sobre o Brasil, o primeiro-ministro falou sobre lugares e produtos brasileiros. Ele afirmou, por exemplo, que hoje aeronaves da Embraer operam no Kuwait com bom desempenho.

“Nós já importamos caminhões também”, declarou. “No deserto, existem lojas móveis, e quando você pergunta se tem frango eles dizem: ‘Tem frango brasileiro’”, acrescentou. Sabah afirmou ainda que a Chevrolet do Brasil forneceu no passado um modelo de caminhonete ao país, que ficou conhecido como “The Brazilian”.
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Rodadas de negócios foram concorridas


Em reunião com os empresários brasileiros antes das rodadas, o embaixador do Brasil, Roberto Abdallah, afirmou que o Kuwait promove atualmente um processo de privatizações. O país tem muitos investimentos no exterior, mas no Brasil apenas dois são conhecidos: a participação no banco ABC e a empresa de logística Itatrans, adquirida recentemente pela kuwaitiana Agility.

O país tem um fundo soberano, a Kuwait Investment Authority (KIA), com recursos estimados em mais de US$ 200 bilhões. Só no ano passado o fundo voltou ao nível de capital que tinha antes da invasão iraquiana, em 1990. O emirado sofreu também com a crise econômica internacional, mas continua a ter uma das maiores economias do Oriente Médio.

Câmaras

Em reunião na Câmara de Comércio do Kuwait, o vice-presidente da entidade, Abdul Wahab Al Wazzan, recomendou a realização de uma exibição de empresas brasileiras no país árabe. “Para que as pessoas possam ver os produtos [brasileiros]”, disse.
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Brasileiros almoçaram nas Kuwait Towers


O presidente da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, Salim Taufic Schahin, que acompanhou Jorge nas visitas, colocou a instituição que preside à disposição. “Vocês podem usar nossa câmara. Muito pode ser feito”, declarou. Ele acrescentou que o Brasil tem diversas oportunidades para os investidores do Kuwait e sugeriu uma maior troca de informações entre as duas entidades.

Schahin citou como exemplo a área de alimentos. Na delegação brasileira, há um grupo de empresários que buscam investimentos para projetos no ramo agropecuário. Wazzan afirmou que os países do Golfo têm investido nessa área no exterior para garantir o abastecimento de seus próprios mercados

Jorge e parte da delegação participaram ainda de um almoço com o ministro kuwaitiano do Comércio, Ahmed Rachid Al-Haroon, no restaurante das Kuwait Towers, conjunto de torres pontudas que são símbolo do país, onde há uma bela vista da cidade.

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